terça-feira, 28 de novembro de 2017

As minorias estridentes

Ilustração: Sergio Ricciuto Conte
Ives Gandra da Silva Martins é Professor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIP, UNIFIEO, UNIFMU, do CIEE/O ESTADO DE SÃO PAULO, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército - ECEME, Superior de Guerra - ESG e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região; Professor Honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia); Doutor Honoris Causa das Universidades de Craiova (Romênia) e da PUC-Paraná, e Catedrático da Universidade do Minho (Portugal); Presidente do Conselho Superior de Direito da FECOMERCIO - SP; Fundador e Presidente Honorário do Centro de Extensão Universitária - CEU/Instituto Internacional de Ciências Sociais - IICS.

A maioria esmagadora da população, no Brasil, acredita em Deus. É silenciosa, não tem acesso aos órgãos de imprensa, defende valores, abomina a corrupção, adota a visão familiar plasmada na Constituição e não aquela criada pela Suprema Corte, à margem da lei suprema, transformando sociedade civil de pares do mesmo sexo –o que é legítimo— em casamento, o que é juridicamente inconstitucional, por mais que o Supremo declare o contrário. 
Há todo um movimento, hoje, de “fundamentalismo ateu” orquestrado por uma minoria estridente que se infiltrou nos meios de comunicação, nos poderes constituídos e que se esconde atrás da expressão do “politicamente correto”. Assim, age este punhado de ativistas que pretende decidir o que é melhor para o país contra a imensa maioria da população silenciosa. 
Desta forma, a pronuncia de qualquer frase fora do contexto é suficiente para enxovalhar a honra de excelentes cidadãos, muito mais do que a corrupção deslavada e o pisoteio de convicções alheias. Basta dizer que, para tais desfiguradores da moral, é Arte tudo aquilo que possibilite os maiores atentados à cidadania, aos
valores da maioria da população e a Deus, não se admitindo qualquer contestação mais densa contra os desvios destes arautos da desconstrução moral. 
Tenho a impressão de que chegou o momento de a maioria silenciosa manifestar-se, opor-se a esta falsa democracia, em que a minoria que corrói valores impõe a sua visão desagregadora sobre a maioria do povo. Numa democracia, prevalece sempre a vontade da maioria, respeitados os direitos da minoria, mas jamais admitindo que tais direitos minoritários sejam impostos para silenciar as convicções da maioria da população, principalmente no campo da moral individual, familiar e coletiva. 
Temos que lutar para encerrar esta sufocante ditadura do pseudo “politicamente correto” e das minorias estridentes.
Jornal "O São Paulo", edição 3176, 23 a 28 de novembro de 2017. 

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